20 setembro 2009

EASY RIDER (Sem Destino)

   “Liberdade é legal, mas falar dela e vivê-la são duas coisas diferentes... 
Eles falam sem parar de liberdade individual. Mas, quando vêem um indivíduo livre ficam com medo”
(George Hanson- Jack Nicholson)


Sem Destino, originalmente chamado “Easy Rider”, é um filme americano do diretor Dennis Hopper estreado na década de 1969. Esse filme se tornou um dos clássicos da juventude dessa época, conta a aventura de dois motociclistas protagonizados por Billy (Dennis Hopper) e Wyatt (Peter Fonda) e com o coadjuvante George Hanson (Jack Nicholson), que percorrem as estradas dos Estados Unidos em busca de uma América real e original. 

O filme está em consonância com um contexto histórico específico no qual a juventude expressa uma cultura diferente daquela predominante nos Estados Unidos e que foi denominado contracultura.

Aliado ao ideal de liberdade, os dois jovens vivenciam várias experiências no decorrer da viagem, inclusive preconceitos e tentativa de “enquadramentos” dada as suas maneiras “diferentes” de ser, de se vestir, de falar, etc... 

A trama aborda também  questões como entorpecentes (drogas), sexo, além de mostrar a construção da identidade com base em referenciais que ora são absorvidos, ora são repelidos pela juventude que em nenhum momento se mostra alheia à realidade que a cerca. Assim o fazer diferente demonstra um embate com questões que a sociedade considera como normal e padrão de conduta.

A produção é fortemente marcada pelo rock and roll, estilo músical que influenciou a mentalidade da juventude nas décadas de 60, mas que também foi considerado subversivo, interpretrado por artistas tidos “rebeldes” como os cantores Jimi Hendrix e Bob Dylan.

A busca de sentido que permeia a existência de todo ser humano, especialmente durante a sua juventude é caracterizada pela procura de referenciais que contribuam para a formação da identidade pessoal. A liberdade, nesse sentido, evidencia a não concordância com o sistema sociocultural vigente, e que suas atitudes demonstram que o jovem não está alheio aos problemas de seu tempo.

Sendo assim, é possivel ter em mente o anseio que o jovem tem em protagonizar a sua própria existência, sendo que a liberdade, unida à responsabilidade, pode, de fato, constituir as “armas” necessárias para a construção de uma sociedade justa, que saiba respeitar a individualidade do ser humano que, como diria o filósofo francês Sartre (1943), é condenado a ser livre.

É nesse contexto que se insere o nosso projeto, no sentido em que busca dar “espaço” aos jovens das diversas periferias de nossa cidade para que tragam à tona a peculiaridade de sua história, pelo revelar de suas identidades e expressões cultuais e incentivando a importância de sua forma de vida e o poder que têm de transformação de sua realidade.

Assim, apesar de se tratar de uma época um tanto quanto distante, esse filme pode ser repensado pela juventude atual pois remete a uma série de conquisatas alcançadas por essa juventude entre elas o direito à diversidade. Fica então uma reflexão: muitos das coisas que foram alcançados pela geração anos 60 foi com muito esforço e luta, portanto os jovens “de agora” podem e devem manifestar quem são e lutar pelo que querem!



Por Jamila Leoncio

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