01 julho 2010

FILME “AO VIVO” (TÍTULO ORIGINAL – LIVE)

RESENHA CRÍTICA

Tempos em que quanto mais ousados os realitys shows, maiores são os índices de audiência, programas que chegam a desafiar a ordem e até mesmo a segurança pública com o objetivo de atender os desejos do público. É nesse contexto em que se desenvolve a trama de “Ao Vivo” – originalmente denominado Live! – estrelado por Eva Mendes.

O filme traz uma executiva conceituadíssima no ramo televisivo, Katy que além de se ver diante da necessidade de inovação para manter a emissora no ranking de audiência, sonha também em fazer história neste ramo, desejando ser lembrada por seus grandes feitos.

A pretensão desta executiva é fazer com que os registros de audiência bata todos os recordes, almeja a produção de um programa que atraia a atenção não só do público, mas também dos próprios profissionais do ramo. Um desejo de ser o centro de atenção, e é diante desta vontade que a executiva promove discussões para elaborar um novo programa, algo que jamais se tenha sonhado ver nas telas.

O novo assusta, traz uma série de questões em seu bojo, promove a discussão, e é assim que a proposta se desenha: um jogo de roleta russa, com uma arma carregada, ao vivo na televisão, com cinco prêmios, isso é, um para cada ganhador, ou melhor, sobrevivente e uma morte.

É indiscutível a repercussão diante de tamanha ousadia, no entanto Katy se vê consciente que o caminho para se colocar no ar um programa com estes parâmetros, não será nada fácil. Assim, a executiva busca a opinião do advogado da emissora para que este faça uma análise das possibilidades jurídicas de um programa como este entrar no ar.

Chama a atenção o papel do advogado, que a princípio relata os valores morais, éticos, sociais e principalmente a questão do tratamento do suicídio pelas leis que vigem naquele dado momento, que com toda a certeza impediriam levar a frente a idéia que ele coloca como absurda.

No entanto, o advogado serve a emissora e defende os interesses desta, assim, com bons argumentos e a promessa de IBOPE garantido, a executiva convence os superiores da emissora a levar o programa adiante. Desse modo, indiferente da sua colocação, o advogado é intimado a comprar e a defender a idéia.

Katy ainda incita o sonho de fazer história, de inovação no ramo jurídico caso o advogado opte por levar a frente a defesa da legalidade do reality show diante dos tribunais. E é assim que este operador do Direito monta toda a sua defesa frente a liberdade de escolha e de expressar essa escolha ainda que isso custe a própria vida, colocando este bem jurídico como um direito disponível, isso é, as pessoas têm o direito de “abrir mão” quando desejarem, não cabendo ao Estado balizar, ou limitar tal direito, já que na tese defendida por ele seria uma violação aos direitos essenciais do ser humano.

Padrões e ousadia, a ânsia de inovar, o desejo de fazer história de uma executiva, de um advogado, os valores e contra-valores de uma sociedade, a incredulidade, a admiração pela coragem, a exploração da necessidade dos participantes inscritos, a moral e a ética, a vida e a liberdade e seus limites, são alguns dos pontos que se pode destacar nesta interessante trama.

No contexto supracitado, o filme é bem colocado e instiga e/ou suscita indagações e discussões em relação ao tema. Até onde vai a liberdade? Esta chega a ponto de dar o direito às pessoas de dispor da vida na tentativa de ganhar dinheiro? Restringir a liberdade a ponto do ser humano não poder decidir dispor ou não da vida é vedar a liberdade de expressão? Permitir programas deste nível ameaça a segurança e a ordem pública de fato? Pode ser visto como crime em rede nacional de televisão?

Flávia

2 comentários:

  1. acabei de assistir o filme pela tv paga HBO e adorei,o filme é simplesmente incrivel,imprevisivel,fantástico, um dos melhores se naão o melhor filme que já ssisti até hoje,estranho ninguém ter comentado,pois esse é o FILME,parabéns a esta espetacular atriz EVA MENDEZ.

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  2. Vc deve esta drogado o filme mostra pessoas se matando pro dinheiro e por causa de uma mulher maluca que quer audiencia para o canal dela com pessoas assistindo a este lixo,e o pior mostra que no final mostra que a bosta ficou um ano ainda ao ar com pessoas ainda se matando e pessoas que se tornam testemunhas de uma chacina ao vivo,só posso dizer uma ultima coisa que a personagem da atriz Eva Mendez mereceu morre no final e que é o fim da humanidade.

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