A Música nas telonas

O cinema surgiu no final do século XIX graças à invenção do cinematográfico dos irmãos Lumière. A exibição das cenas através de uma tela era de se impressionar. No início não havia nada de falas, apenas a música de fundos. Através dela era que se dava toda a narrativa do filme.

Desde essa época - quando a voz dos personagens ainda não fazia parte da cena - a trilha sonora já tinha sua importância dentro do cinema, pois ela preenchia o vazio da falta de diálogos. Neste período, a sonorização era feita com músicas sinfônicas. Nos anos sessenta, a música popular começou a ganhar espaço nas telonas; já nos anos de 1970, as músicas orquestrais foram tomadas pelas canções, mas voltaram a ser utilizadas no final dos anos 80.

A questão é que hoje a trilha sonora é uma parte dentro da produção cinematográfica bastante valorizada. A produção musical se aprimorou com o passar dos anos, levando ao status de indispensável à obra - um indicativo de sua importância é o Oscar dedicado somente a ela.

O especialista em cinema Anderson Gonçalves acredita que a trilha sonora é bastante valorizada dentro das produções, pois ela é tão importante quanto os outros segmentos que compõem um filme. O que ilustra bem a posição de Gonçalves são as obras lembradas justamente pelas músicas que as acompanham. 

  

Créditos: Site Adoro Cinema

E (quase) impossível não se lembrar do filme Psicose, de Alfred Hitchcock, ao ouvir aquela música perturbadora, de quando a mocinha está tomando banho.

Ou então assistir Pulp Fiction, de Quentin Tarantino, sem esperar pela música de abertura (que foi recentemente regravada pelo grupo Black Eyed Peas).

             
Créditos: Site Adoro Cinema

Anderson Golçalves admite que alguns filmes são lembrados pela trilha sonora adotada. "Tem música que você ouve e logo de cara já associa ao filme. As vezes você nem assitiu o filme, mas já sabe de qual é. Assim, como tem músicas que ninguém conhecia e passou a conhecer por causa da produção", conta.

Quem também reconhece a trilha sonora como um elemento fundamental para a obra é a professora de Som e Trilha Sonora do curso de Cinema da Faculdade de Artes do Paraná, Débora Opolski. Ela afirma que a música junto à imagem influencia diretamente no roteiro, pois "cria margens para outras interpretações que não eram possíveis quando se analisava imagem e som separados". Assim, a sonorização da imagem proporciona ao espectador interpretações além daquela que lhe é mostrada nas telonas.

Em síntese, pode-se dizer que a trilha sonora "é parte fundamental do processo, independente se você denominar como trilha sonora todo o desenho de son ou apenas a composição musical", lembra Débora Opolski.

Camilla Tavares.