15 junho 2010

Vampiros: a nova “febre” entre os jovens

Com a proximidade da estreia nos cinemas do filme Eclipse, terceiro da série Crepúsculo, vemos que um assunto que está cada vez mais em alta no universo juvenil são os Vampiros, seres que se alimentam do sangue humano e/ou animal para sobreviver.

Os mitos sobre vampiros são milenares. Ao longo da História, esses seres estiveram presentes em culturas de muitos países e povos, assumiram vários nomes e características diversas. Dependendo da localidade, a principal característica que une essa diversidade e que forma uma categoria desse ser mitológico é a alimentação por meio do sangue, que é fornecedor da energia vital para os humanos, ou seja, os vampiros eram considerados perigosos, pois retiravam algo essencial para a sobrevivência dos seres humanos.

Há registros da crença nesses seres desde cerca de 600 anos a. C. na China, no Egito Antigo, na Suméria, na Mesopotâmia, no Peru pré-colombiano, na Babilônia, na Assíria, na Grécia e em Roma. Foi um mito bastante difundido no Leste Europeu e no Oriente Médio, geralmente era passado de pai para filho e acreditava-se realmente na existência desses seres. Segundo a crença popular, alguns meios de combatê-los eram a água benta, o alho, rosários, estacas de madeira e também havia o costume de cortar a cabeça de pessoas consideradas vampiras após a morte, para que o mal não pudesse retornar ao corpo.

A história do Conde Vlad Tepes, que na verdade era um príncipe que viveu no século XV na Transilvânia, atual Romênia, contribuiu para a criação de diversas histórias sobre vampiros (principalmente a do Conde Drácula). Ele era chamado de “Empalador”, pois foi um governante cruel que derramou muito sangue de alemães, romenos, húngaros e outros cristãos através de tortura física.

No século XVIII, a razão e a intelectualidade passam a ser veneradas. Por consequência, a crença em seres mitológicos como bruxas, lobisomens e vampiros começa a ser considerada fantasia, superstição.

A partir do século XIX, os vampiros ganharam espaço e visibilidade através da literatura e do cinema, onde além de serem considerados seres reais, começaram a fazer parte das histórias de terror. Considera-se o precursor desse gênero, o livro Drácula do autor Bram Stocker publicado em 1897, o qual colabora para o estabelecimento de características como o sol ser letal para os vampiros. Outra autora bastante citada no que se refere à literatura de horror que trata de vampiros é a escritora americana Anne Rice, autora da série Crônicas Vampirescas, com livros publicados de 1976 a 2008. Esses livros, que geralmente são recomendados a adultos, tratam de aspectos como morte, luxúria, poder, liberdade, coisas sobrenaturais, etc.

Recentemente, autores viram nos jovens um novo público para esse tipo de literatura, mesclando aspectos da mitologia com o cotidiano juvenil. Uma das séries mais conhecidas nessa linha é a série Crepúsculo, da autora Stephenie Meyer, que começou a ser publicada em 2005, e é composta pelos livros: Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse, e Amanhecer. Essa série conta a história de uma adolescente humana chamada Bella Swan que se muda para Forks, uma cidadezinha chuvosa do interior, onde conhece Edward Cullen na escola e se apaixona por ele. O que a princípio Bella não sabia é que ele era um vampiro; ao longo da história, Edward abandona Bella que encontra conforto na amizade de Jacob, que ela acaba descobrindo ser um lobisomem. Embalada por essa relação, por batalhas entre lobisomens e vampiros, e conflitos da adolescência, a série conquistou milhões de fãs por todo o mundo. A autora classifica a obra como antes de tudo um romance, característica que contribuiu muito para o sucesso, já que a maioria das adolescentes (e uma parcela razoável de mulheres adultas) gostariam de ter uma versão do romântico Edward ao seu lado.

Essa série é um exemplo de vários outros livros que têm sido publicados nessa linha e indicado aos jovens. Além de livros, os vampiros também estão conquistando os jovens nos jogos de RPG, nos videogames, no cinema e nas músicas. O motivo de tanto sucesso talvez seja exatamente essa ligação entre cotidiano juvenil e mitologia, pois o jovem passa a ser o protagonista.

      
    Caroline Loise Dahne
Michelli Freire Rodrigues

Um comentário:

Comentários

Qual oficina você gostaria que tivesse no projeto?